A violência no Brasil é tema de debates há décadas. Desde 1998, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), publica a série de estudos Mapa da Violência, que organiza e analisa dados sobre mortes violentas no Brasil.
Esses dados são muito importantes para a compreensão da violência no país. Na publicação Mapa da Violência 2014: os jovens do Brasil, por exemplo, em que se analisam dados sobre as mortes violentas (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios), mostram-se extremamente significativas as informações sobre homicídios, pois apontam que as maiores vítimas dessa violência na sociedade brasileira são os(as) jovens negros(as).
Veja no gráfico a diferença das taxas de homicídio entre a população branca e a população negra:
Figura produzida pela Equipe de Criação e Desenvolvimento com base em Waiselfisz (2014, tabelas 3.1.15, 6.2.6 e 6.2.8).
A diferença entre as populações negra e branca e sua evolução nos últimos anos tornam-se ainda mais gritantes quando consideramos apenas a faixa etária mais atingida por assassinatos, pessoas entre 15 e 29 anos:
Figura produzida pela Equipe de Criação e Desenvolvimento com base em Waiselfisz (2014, tabelas 3.1.2, 6.2.3 e 6.2.4).
Figura produzida pela Equipe de Criação e Desenvolvimento com base em Waiselfisz (2014, gráfico 3.5.2).
A partir da análise desses gráficos, fica evidente a vulnerabilidade dos(as) jovens à violência disseminada na sociedade brasileira, tanto daqueles(as) que ainda estão em idade escolar, quanto dos(as) que saíram recentemente da escola.
É claro que a Educação em Direitos Humanos, se tomada como medida isolada, pouco poderá contribuir para a mudança dessa realidade. Necessita-se, para isso, de um conjunto de ações voltadas para a redução da violência, promovidas por meio da expansão dos serviços públicos, dentre os quais se inclui, de maneira fundamental, a educação.
Navegue pelo website Mapa da Violência para saber mais sobre o tema.